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A história de \'amor proibido\' online que acabou em prisão de indiano

Publicada em 27/02/23 as 13:06h por Vitória 87 FM - 70 visualizações

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 (Foto: Vitória 87 FM)
A história de 'amor proibido' online que acabou em prisão de indiano
Felicidade do jovem casal, que se apaixonou há três anos pela internet, durou até pouco depois que eles se casaram.
Em janeiro, um indiano foi preso por ajudar uma paquistanesa a entrar ilegalmente no país e obter uma identidade falsa.

A mulher que ele estava ajudando era sua esposa.

Mulayam Singh Yadav, de 21 anos, e Iqra Jeewani, de 19, se conheceram e se apaixonaram pela internet há três anos, enquanto jogavam uma partida do jogo de tabuleiro Ludo.

Mas sabiam que seria difícil para eles ficarem juntos.

A Índia e o Paquistão têm uma relação tensa — os países vizinhos travaram três guerras desde 1947, quando a Índia foi dividida na independência, e o Paquistão foi criado. Isso pode dificultar a obtenção de vistos.


Então, em setembro do ano passado, Mulayam e Iqra viajaram para o Nepal, onde se casaram.

Depois, eles foram para a cidade indiana de Bangalore, capital do Estado de Karnataka, e passaram a viver juntos.

Mas a felicidade do casal durou pouco. Em janeiro, Jeewani foi detida por entrar ilegalmente na Índia, e Yadav foi preso acusado de fraude, falsificação e fornecimento de abrigo a um cidadão estrangeiro sem documentação adequada.

Ela foi deportada para o Paquistão na semana passada, e Yadav permanece na prisão em Bangalore.

Os familiares de Yadav, que vivem no estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia, estão arrasados com o desfecho. Eles dizem que a história do casal é simplesmente de amor.

"Nós queremos eles em casa", diz seu irmão Jeetlal.

"Nós entendemos a situação entre a Índia e o Paquistão. Mas tudo o que eles fizeram foi se apaixonar."
Até a polícia parece concordar.

"Além da entrada ilegal e da falsificação, parece ser uma história de amor", afirmou um alto funcionário da polícia de Bangalore sob condição de anonimato.

'Vamos cuidar bem dela'
A história de amor do casal começou em 2020, durante o lockdown imposto pela pandemia de covid-19.


Yadav trabalhava como segurança de uma empresa de TI em Bangalore, enquanto Jeewani era estudante na cidade paquistanesa de Hyderabad.

Os dois começaram um relacionamento à distância depois de se conhecerem online. Mas Jeewani estava sob crescente pressão da família para se casar.

Por sugestão de Yadav, ela deixou o Paquistão e viajou para o Nepal via Dubai para encontrá-lo. A polícia diz que os dois se casaram em uma cerimônia hindu e foram, na sequência, para a Índia.

Mas Jeewani não tinha os documentos necessários para ficar na Índia. Então, de acordo com a polícia, Yadav teria conseguido um Aadhaar, documento de identidade indiano, falso para ela.

A polícia afirma ainda que Yadav saía todos os dias para trabalhar, enquanto Jeewani ficava em casa.

Mas ela fazia ligações pelo WhatsApp para a mãe no Paquistão com frequência, o que levou a polícia até ela.

A polícia de Bangalore informou que eles estavam em alerta máximo no mês passado porque dois grandes eventos internacionais estavam previstos para acontecer na cidade em fevereiro: o show aéreo Aero India e uma reunião dos ministros das finanças do G-20.

Após uma investigação mais aprofundada, Jeewani foi levada para o Escritório Regional de Registro de Estrangeiros em 20 de janeiro. Ela foi deportada para o Paquistão em fevereiro.


"Até agora, não há nenhuma acusação feita contra ela além de entrar ilegalmente no país", afirmou à BBC S Girish, vice-comissário de polícia no distrito de Whitefield, em Bangalore.
"Mas a investigação está em andamento."

A BBC não conseguiu entrar em contato com Jeewani nem com sua família no Paquistão para comentar o caso.

No início desta semana, a agência de notícias PTI informou que o pai dela havia confirmado que a filha havia chegado em casa — e que eles não queriam "falar sobre o assunto".

A mãe de Yadav, Shanti Devi, diz que espera que os governos de ambos os países possam ajudar a reunir o casal novamente.

"Não nos importamos se ela é muçulmana ou paquistanesa, ela é nossa nora. Vamos cuidar bem dela."
Por Anant Zanane e Imran Qureshi, BBC



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