(Foto: Vitória 87 FM)
Putin diz que guerra continuará, faz nova ameaça nuclear e afirma que é impossível vencer as tropas russas
Um dia depois de visita de Biden a Kiev, presidente russo acusou Otan de "atiçar as chamas do conflito" e disse que busca dos países ocidentais por um "poder ilimitado" é a causa da guerra na Ucrânia, que completa um ano na semana que vem.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (21) que continuará a lutar na guerra da Ucrânia, que completa um ano na semana que vem e fez uma nova leva de ameaças, incluindo nucleares.
Em um raro discurso presencial - só feito em momentos estratégicos ao longo da guerra -, Putin disse que:
A guerra continuará;
Seu país tem "todos os recursos" para seguir lutando;
É "impossível" vencer a Rússia no campo de batalha - em uma clara ameaça à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan);
OsEstados Unidos e os países europeus queriam destruir seu país e fez uma nova leva de ameaças,
A Rússia queria resolver o conflito "pacificamente", mas foi impedida pelo Ocidente;
Putin anunciou ainda a suspensão da participação russa no último tratado de controle de armas nucleares feito com os Estados Unidos, alertando Washington de que a Rússia colocou novas armas nucleares estratégicas à disposição para combate.
O presidente russo falou por mais de uma hora e meia a um auditório formado por ministros, membros do Parlamento russo e das Forças Armadas do país, dias antes de a invasão ao país vizinho completar um ano. Disse que gostaria de resolver o conflito com a Ucrânia pacificamente, mas países ocidentais armaram outro cenário às costas da Rússia.
"Nós fizemos tudo possível, genuinamente tudo possível, para resolver esse problema (na Ucrânia) de maneira pacífica. Fomos pacientes, estávamos negociando pacificamente para sair deste difícil conflito, mas um cenário completamente diferente estaca sendo preparado por trás de nossas costas", disse o presidente russo.
Putin alegou ainda que a guerra é resultado de uma busca dos países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, por um "poder ilimitado" nos assuntos mundiais.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, viu o discurso como um sinal de que Putin "está se preparando para mais guerra". Ele disse ainda estar preocupado com a possibilidade de que a China esteja se planejando para apoiar militarmente a Rússia.
Kiev respondeu ao discurso com ironia. Mykhailo Podolyak, assesso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que fala de Putin mostrou que líder russo "perdeu a noção da realidade".
"Ele (Putin) chegou a um beco sem saída, e qualquer coisa que ele faça só vai piorar sua situação. As elites russas vão se irritar com ele e começar a duvidar sua habilidade para comandar o país", declarou, segundo a agência de notícias Reuters.
O discurso de Putin acontece um dia depois de uma visita inédita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Kiev. Biden andou pelas ruas da capital ucraniana com o Zelensky e, ao lado do líder ucraniano, anunciou uma ajuda extra de US$ 500 milhões (mais de R$ 2,5 bilhões), que se somam aos quase US$ 50 bilhões oferecidos anteriormente pelos EUA à Ucrânia.
A fala de Putin foi vista como uma resposta à viagem de Biden.
O líder norte-americano está nesta terça-feira na Polônia, onde também deve fazer um discurso mais tarde.Por g1