(Foto: Vitória 87 FM)
Tiny Isla nasceu pesando pouco mais de meio quilo — 535g para ser exato — com 23 semanas. Na época, a pequena recebeu 10% de chance de sobrevivência dos médicos. Ela tinha um sangramento no cérebro e um buraco no coração, mas lutou por sua vida.
Depois de quatro meses no hospital, a menina finalmente recebeu alta e para casa com os pais Lauren Ormston, 27, e Oliver Dewey, 32. Agora, ela pesa 7 kg, está saudável e comemorou seu primeiro aniversário este mês. A mãe, de Hartley Wintney, Hants, na Inglaterra, lembra que teve uma gravidez tranquila até que foi para o hospital com fortes dores abdominais.
Ela foi então levada às pressas para São Pedro, em Chertsey, Surrey, para ser induzida. "Eu só consegui abraçar Isla por seis minutos antes de ela ser levada para um ventilador. Ela parecia tão pequena e frágil, como se tivesse feito o menor movimento. Nós não pensávamos que veríamos seu primeiro aniversário ou que ela voltaria para casa – houve tantas vezes que quase a perdemos no hospital", conta.
Isla, cujas fraldas minúsculas teriam encaixado facilmente em uma boneca, foi retirada do ventilador depois de seis semanas. Ela recebeu alta em julho, poucos dias após sua data de nascimento original, e tem se desenvolvido bem desde então. "Olhando para ela agora, você não saberia que ela era prematura – ela superou todas as probabilidades. Ela é incrível e estamos muito orgulhosos. Cada dia com ela é uma bênção", finalizou.
Melhora na sobrevida
Quando um bebê nasce antes de 37 semanas de gestação, ele é considerado prematuro. Mas isso não significa que precise de cuidados hospitalares. "O que costuma manter a internação ou não do bebê não é a prematuridade em si, mas o peso e as complicações decorrentes da prematuridade", explica o pediatra neonatologista e membro da Sociedade Americana de Pediatria, Nelson Douglas Ejzenbaum.
Ao longo dos últimos 40 anos, bebês nascidos com 24, 23 e até 22 semanas tem conseguido sobreviver, mesmo pesando menos de meio quilo. A taxa de sobrevivência melhorou até mesmo para os que nascem com menos de 22 semanas, passando de 3,6% para 20% na última década. Já para os nascidos com 26 semanas, 8 em cada 10 sobrevivem. As conclusões são de um estudo realizado pelo Hospital Infantil da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.
A explicação para essse avanço estaria na padronização dos procedimentos para suporte avançado à vida neonatal, como intubação imediata ao nascimento, administração de medicamentos e uma transferência rápida para uma unidade de terapia intensiva neonatal. Quase 90% dos nascimentos na Suécia agora ocorrem em um dos seis hospitais do país que possuem UTINs de primeiro nível. "Antes, para um bebê nascido às 22 ou 23 semanas, um médico poderia dizer que não vale a pena fazer nada", conta Mikael Norman, coautor do estudo sueco e neonatologista do Hospital Universitário Karolinska, em Estocolmo. REVISTA CRESCE ONLINE