(Foto: Vitória 87 FM)
Funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia paralisaram o atendimento para consultas, exames e cirurgias nesta terça-feira (19). O movimento faz parte de um ato nacional que cobra mais investimentos para remediar a crise financeira. Apenas casos de emergência serão atendidos. A previsão é que todos os serviços voltem ao normal na quarta-feira (20).
A dona de casa Heloísa Maria Gomes viajou de Araçu a Goiânia para trazer uma parente para uma consulta após colocar um marca-passo. Porém, teve que voltar sem o atendimento. “Não tem como, tem que voltar depois de novo. Eu achei errado, porque não sei como vou fazer com ela”, disse.
Em um comunicado, a Santa Casa disse que 800 atendimentos, entre consultas e exames já marcados, deixarão de ser feitos na unidade e serão remarcados. Muitos pacientes disseram que foram pegos de surpresa.
“Eu não sei como vou fazer, porque fiz cirurgia, ontem fez um mês e hoje era o retorno”, disse o autônomo José Viríssimo Gomes.
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia informou que é responsável por mais de 70% do atendimento do Sistema Único de Saúde na capital. A unidade disse ainda que recebe do SUS apenas R$ 10 por consulta médica. A dívida do hospital com fornecedores é de R$ 50 milhões.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que a gestão e financiamento do SUS, conforme determina a Constituição Federal, é compartilhada entre União, estados e municípios. A pasta afirmou que repassa mensalmente para as secretarias estaduais e municipais de saúde, recursos financeiros destinados ao custeio de serviços hospitalares, incluindo os ofertados pelo setor filantrópico.
Segundo o ministério, o Governo Federal elabora políticas públicas e financia os serviços e cabe aos estados e municípios gerenciar o sistema na ponta conforme as características, necessidades e demandas de cada região (leia nota na íntegra no fim do texto).
“Nós estamos pedindo socorro para deixar nós continuarmos trabalhar. A Santa Casa é o único hospital que o paciente SUS fica 60 dias, 90 dias tratando todas suas patologias”, disse a superintendente-geral da Santa Casa de Misericórdia, Irani Ribeiro de Moura.
Ela afirmou ainda que as equipes trabalharam intensamente para atender nos outros dias as pessoas que tiveram as consultas e exames canceladas devido à paralisação.
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia paralisa consultas, exames e cirurgias para cobrar mais investimentos
Cerca de 800 atendimentos deixaram de ser feitos nesta terça-feira (19). Dívida do hospital é de cerca de R$ 50 milhões.
Por Vitor Santana, g1 Goiás
19/04/2022 13h31 Atualizado há 14 horas
Servidores da Santa Casa de Misericórdia realizam paralisação em Goiânia
Servidores da Santa Casa de Misericórdia realizam paralisação em Goiânia
Funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia paralisaram o atendimento para consultas, exames e cirurgias nesta terça-feira (19). O movimento faz parte de um ato nacional que cobra mais investimentos para remediar a crise financeira. Apenas casos de emergência serão atendidos. A previsão é que todos os serviços voltem ao normal na quarta-feira (20).
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A dona de casa Heloísa Maria Gomes viajou de Araçu a Goiânia para trazer uma parente para uma consulta após colocar um marca-passo. Porém, teve que voltar sem o atendimento. “Não tem como, tem que voltar depois de novo. Eu achei errado, porque não sei como vou fazer com ela”, disse.
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Em um comunicado, a Santa Casa disse que 800 atendimentos, entre consultas e exames já marcados, deixarão de ser feitos na unidade e serão remarcados. Muitos pacientes disseram que foram pegos de surpresa.
“Eu não sei como vou fazer, porque fiz cirurgia, ontem fez um mês e hoje era o retorno”, disse o autônomo José Viríssimo Gomes.
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia informou que é responsável por mais de 70% do atendimento do Sistema Único de Saúde na capital. A unidade disse ainda que recebe do SUS apenas R$ 10 por consulta médica. A dívida do hospital com fornecedores é de R$ 50 milhões.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que a gestão e financiamento do SUS, conforme determina a Constituição Federal, é compartilhada entre União, estados e municípios. A pasta afirmou que repassa mensalmente para as secretarias estaduais e municipais de saúde, recursos financeiros destinados ao custeio de serviços hospitalares, incluindo os ofertados pelo setor filantrópico.
Segundo o ministério, o Governo Federal elabora políticas públicas e financia os serviços e cabe aos estados e municípios gerenciar o sistema na ponta conforme as características, necessidades e demandas de cada região (leia nota na íntegra no fim do texto).
“Nós estamos pedindo socorro para deixar nós continuarmos trabalhar. A Santa Casa é o único hospital que o paciente SUS fica 60 dias, 90 dias tratando todas suas patologias”, disse a superintendente-geral da Santa Casa de Misericórdia, Irani Ribeiro de Moura.
Ela afirmou ainda que as equipes trabalharam intensamente para atender nos outros dias as pessoas que tiveram as consultas e exames canceladas devido à paralisação.
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia — Foto: TV Anhanguera/Reprodução
Atendimentos
Por mês, a Santa Casa de Misericórdia realiza cerca de 40 mil consultas, 30 mil exames, 10 mil internações e 400 cirurgias. Para manter esse volume de atendimentos, recebe do estado e município R$ 3,5 milhões.
A direção da unidade disse que precisaria do dobro desse valor para manter e ampliar o atendimento com qualidade.
“O que a gente sente dificuldade é falta de recursos para fazer novos investimentos, melhorias nas condições de trabalho”, disse Cláudio Tavares, superintendente técnico do hospital.
Nota Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde repassa mensalmente para as secretarias estaduais e municipais de saúde, recursos financeiros destinados ao custeio de serviços hospitalares de média e alta complexidade, incluindo os ofertados pelo setor filantrópico.
Em 2021, foram repassados aos fundos estaduais e municipais mais de R$ 67,7 bilhões para o custeio dos serviços em todo o país. Em 2021, entre janeiro e abril, já foram repassados R$ R$ 18,6 bilhões para o custeio desses serviços.
A pasta reforça que a gestão e financiamento do SUS, conforme determina a Constituição Federal, é tripartite, ou seja, compartilhada entre União, estados e municípios. O Governo Federal elabora políticas públicas e financia os serviços. Cabe aos estados e municípios gerenciar o sistema na ponta conforme as características, necessidades e demandas de cada região.