(Foto: Vitória 87 FM)
Comigo-ninguém-pode e espada-de-São-Jorge: entenda os perigos e o que fazer com plantas que causaram quase 100 casos de intoxicação em Goiás
Médico explica o que fazer no caso de ter contato com plantas tóxicas. Número de reações é grande entre crianças.
Nos três primeiros meses deste ano, 98 casos de intoxicação por plantas ornamentais foram registrados em Goiás, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). As espécies comigo-ninguém-pode, begônia, comigo-niguém-pode e zamicurca são as principais causadoras das reações.médico Euler Santos, do Centro de Informação e Assistência Tecnológica de Goiás (Ciatox), explicou que, se sentir sintomas de intoxicação, a pessoa deve lavar o local onde a planta teve contato e procurar um médico. O Ciatox também oferece orientações 24h pelos telefones 0800 646 4350 e 0800 722 6001.Conforme a SES, os sintomas mais severos são gastrointestinais, respiratórios, distúrbios neurológicos, distúrbios cardiológicos e cutâneos. O médico explicou que a ingestão de algumas dessas plantas pode causar dor, queimação, feridas na língua e na garganta, náuseas e até vômito.
A maior parte das intoxicações são registradas em crianças menores de quatro anos. No entanto, segundo o especialista, muitos adultos usam as plantas para fazer automedicação, o que deve ser evitado sem o auxílio de um médico.
“O adulto quer fazer automedicação e acredita que a planta tem efeito terapêutico, então faz chás, infusões ou mastiga. Mesmo que a planta tenha efeito terapêutico, a pessoa leiga não sabe qual a dose [correta]. O ideal é procurar um médico”, explicou.
Pesquisas recentes apontam que cerca de de 2 mil casos por intoxicação de plantas são registradas por ano no país. Conforme a SES, o número de intoxicações é grande em crianças por causa da curiosidade, fome e fácil acesso às plantas em ambiente doméstico.
De acordo com o Ciatox, as plantas que mais causam esse tipo de intoxicação são as que possuem cristais de oxalato de cálcio e látex. Como medidas preventiva, o centro orienta posicionar os vasos e jardineiras em locais elevados ou inacessíveis para que crianças não tenham contato e ensiná-las a não colocar na boca, comer ou brincar com as folhas e raízes desconhecidas.
Ao repórter Tariq Augusto, o arquiteto paisagista Higor Nobre explicou que é possível ter essas plantas em casa, desde que sejam tomados os devidos cuidados.
“Quando indicamos plantas, investigamos o perfil da pessoa, se ela tem animais em casa, crianças e, a partir de então, selecionamos as plantas adequadas e os locais adequados [para colocá-las]”, disse o arquiteto.Por Thauany Melo, g1 Goiás