(Foto: Vitória 87 FM)
Segundo a Polícia Civil, o religioso proibiu o marido da vítima de frequentar a classe de estudos bíblicos junto com ela. A corporação informou que outra vítima procurou a delegacia para denunciar o mesmo pastor.
Segundo o relato da delegada Amanda Menuci Petelinkar, da Delegacia Especializada no Atendimento à mulher (Deam), Márcio Cabral Conceição, que atuou como pastor por sete anos, se apresentava como ministro de estudos bíblicos e, nos encontros que ele marcava, começou a usar artifícios para convencer a vítima de que sua salvação espiritual dependia dele.
“O suspeito e a vítima tinham uma relação de confiança. Inclusive, ele sabia detalhes da vida dela. Sabia que ela já havia sofrido abuso sexual na infância, e usou dessa confiança para coagí-la”, explicou a delegada.A investigação também apurou que o marido da vítima participava dos estudos bíblicos ao lado da esposa, mas foi proibido pelo pastor de continuar frequentando os encontros. De acordo com a delegada, ele usou sua influência como líder religioso para convencer o homem, da mesma forma que fez com a vítima.
Em janeiro, em um desses encontros, a vítima foi coagida a ir até um motel com o suspeito. Após isso, a mulher percebeu que estava sendo enganada e se negou a encontrar o pastor novamente. Ao ser rejeitado, o suspeito começou a ameaçar a vítima.
Em trechos de uma conversa por mensagem, divulgada pela polícia, o pastor diz que se a vítima batesse de frente com o Pai (referindo-se a Deus), ele não teria misericórdia dela. “Eu sou o senhor dos exércitos, o criador dos céus e da terra, ninguém pode me vencer. Se você não mandar mensagem amanhã de dentro do ônibus, tudo que eu disse ao (sic) seu respeito vai se cumprir”, escreveu o suspeito.
Em outro trecho, o pastor também ameaça o marido da vítima: “Que (sic) me rejeitar, é meu inimigo. Vou matar metade da população mundial, e se você não largar o marido morto pelo vivo, eu vou recolher você”.
Após essa série de ameaças, a vítima procurou a polícia. O inquérito foi finalizado e, inicialmente, o suspeito poderá responder por abuso sexual mediante fraude. Contudo, após o caso, surgiu uma nova vítima do pastor. A delegada também não descarta a possibilidade de que ele tenha feito outras vítimas.Por Leicilane Tomazini, g1 Goiás