(Foto: Vitória 87 FM)
Advogado das vítimas afirma que a imobiliária está agindo de má fé para despejar os moradores. Famílias realizaram uma manifestação na porta da empresa.
Com gritos pedindo por justiça, as famílias que foram vítimas de um advogado que prometeu reduzir o financiamento e não seguiu com os processos realizaram uma manifestação na porta da imobiliária pois estão com medo de perder as casas. O advogado Weber Fernandes, que representa 45 das 75 vítimas, afirma que a empresa está agindo de má fé para despejar os moradores.O g1 entrou em contato com o advogado Douglas Magalhães de Almeida Lima, que teria prometido entrar com processos judiciais para abaixar prestações de lotes, para solicitar um posicionamento, mas não obteve retorno. Também questionou a Baiocchi Imóveis sobre a situação e negociação com as famílias, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria.Segundo Fernandes, 75 moradores do Residencial Hebrom, em Senador Canedo, na Região Metropolitana Goiânia, foram vítimas do advogado. Ele explica que as famílias estavam com dificuldades para pagar as prestações e, ao conhecer o Douglas, pararam de pagar, pois ele as orientou a fazer isso alegando que entraria com uma ação provando que elas não tinham condições.Apesar da promessa, o advogado não seguia com o processo e deixava de atender as famílias. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apura o caso. Após o “sumiço”, os moradores ficaram com as dívidas devido ao atraso nas prestações, além das multas e dos juros. Como é o caso da professora Letícia Campos que devia R$ 20 mil à imobiliária, dívida que passou a ser de R$ 50 mil.
Fernandes afirma que a imobiliária foi informada sobre a situação das famílias e, inicialmente, realizou a renegociação das dívidas. Entretanto, segundo o advogado, ela estaria agindo de má fé para recuperar e vender as casas. “A imobiliária viu nisso uma grande chance de pegar de volta às casas dessas famílias, vender e lucrar em cima disso”, relata.Até o momento, uma família foi despejada. “A imobiliária chega com um caminhão de mudanças, tira as pessoas da casa e já vende para outro sem indenizar o antigo morador”, afirma Fernandes. Weber destaca ainda que, apesar da negociação feita após o advogado sumir, a imobiliária entrou na justiça com as sentenças de homologação de acordo para tentar despejar duas famílias.
Com esse risco, as outras 75 famílias que foram vítimas do advogado estão com medo de perder as casas onde moram. “Nós percebemos que a imobiliária está favorecendo e muito os erros do Douglas para enriquecimento ilícito”, enfatiza Fernandes. Por isso, os moradores foram até a porta da imobiliária nesta terça-feira (1º) para protestar e pedir por justiça.O advogado afirma ainda que a imobiliária tem feito acordos com as vítimas sem o auxílio de advogados e estão colocando valores que as famílias não têm condições de pagar. “Eles mandaram uma carta para uma moradora ir na empresa sozinha e sem advogado para negociar. Eles colocaram uma parcela de R$ 4 mil, mas a família recebe um salário mínimo”, detalha.
Durante a manifestação na porta da imobiliária, segundo Fernandes, os advogados da empresa o chamaram e fizeram um novo acordo verbal. “Eles resolveram fazer um acordo mais justo, sem cobrar os honorários advocatícios e juros. Porém, isso foi só verbal e, para ter certeza que vão cumprir, eles vão formalizar ainda nesta quarta-feira (2)”, finaliza.Por Augusto Sobrinho, g1 Goiás